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Ester Vasconcelos: A vida através das lentes de uma fotojornalista paraibana

Atualizado: há 2 dias

Transformando o ordinário em extraordinário, Ester conta detalhes sobre sua trajetória no fotojornalismo e a atuação na cobertura da pandemia




Com apenas 22 anos, Ester Vasconcelos realiza mais um importante feito em sua carreira como fotojornalista após lançar seu primeiro livro intitulado “Memórias de Uma Pandemia”. O material desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e ficou tão bom que foi impossível limitá-lo ao acervo de uma biblioteca acadêmica.


"Eu preciso publicar o resultado, não usar apenas para meu TCC. Senti que eu tinha que colocar isso para fora, e foi aí que comecei a saga de mandar e-mail para várias editoras. Se não mandei para todas, foi para quase todas as editoras do Brasil, e aí tive contato com uma que possibilitou a publicação do livro”, relatou a autora.




Ainda em sua adolescência, aos 14 anos de idade, Ester viu a sua paixão pela fotografia surgir. O espaço religioso foi o primeiro a possibilitar o início de sua jornada. Na igreja, começou a dar seus primeiros passos registrando eventos e peças, ali seu olhar mudou e começou a se ver fazendo isso profissionalmente. Conectada diretamente com sua fé, a fotografia virou seu chamado, seu meio de comunicação mais verdadeiro e por ele consegue se expressar e inspirar.


Aos 17 anos, optou pelo curso de Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Pensou, a princípio, em fazer graduação em Arte e Mídia, porque até então sua paixão se limitava a fotografar. Mas foi logo no início do curso de Jornalismo que tudo mudou. Após passar pela disciplina de Linguagem Fotográfica, adentrou no campo do jornalismo e começou a descobrir outras áreas com as quais se identificou, como Assessoria e Publicidade.


Mesmo gostando de diferentes práticas da comunicação, Ester e fotografia seguiram como sinônimos, sempre juntos. Não havia dúvidas, era essa a área a qual se dedicaria e se forjaria como profissional.


Com uma câmera em mãos, Ester foi conquistando novos espaços que precisavam ser ocupados pela presença feminina em um campo de atuação que ainda é predominantemente ocupado por homens, que é o do fotojornalismo. Mas ela não se intimidou, tanto que para além de uma padronização da divisão dos espaços sociais por gênero, Ester atuou como repórter e fotógrafa do time de futebol paraibano Treze Futebol Clube. Suas lentes já percorreram um campo inteiro e nenhum lance era rápido demais para não ser capturado por ela, a única mulher em meio a tantos homens no gramado.


"Eu nunca sofri assédio, nem piadinhas ou algo do tipo, pelo contrário, o pessoal me respeitava muito [...] Eu não entendia nada de futebol e foi muito legal viver essa experiência”, conta a fotógrafa.



Após contrair o "vírus do jornalismo" ainda na barriga, como diz sua mãe, que engravidou no mesmo período que trabalhava em uma emissora de TV local, a fotojornalista não se restabeleceu até hoje do tal "vírus". Ester insiste em dizer que de grande Campina só tem o nome, e até nos faz acreditar nisso ao falar com todos por onde passa, ela está sempre envolvida com pautas humanitárias e culturais.


Entre um clique e outro, ela relembra suas fotos que retratam o período pandêmico, tendo como cenário as ruas de Campina Grande, o SAMU, o presídio do Serrotão, as UPAs da cidade e do interior da UTI do Hospital Pedro I, unidade destinada aos cuidados de casos graves da Covid-19.


Usando tanto a força das cores como a dramaticidade das imagens em preto e branco como forma de atrair a atenção para a profundidade da mensagem que as fotografias possuíam, ela retrata na sua obra diferentes sentimentos e percepções de uma realidade totalmente nova e inquietante que foi o contexto pandêmico.




"Com o passar do tempo, aquilo que marcou emocionalmente é lembrado. E não só isso, a memória também é a reconstrução daquilo que ficou marcado", declara.

Se a fotografia pode ser entendida como a arte de eternizar fatos e memórias, quem faz os registros tem a missão de contribuir para essa reconstrução. Ester tem ciência disso, valoriza seu olhar, seu trabalho e encara de forma madura essa responsabilidade.


Ester Medeiros Vasconcelos, fotografa, fotojornalista, cristã, autora e grande inspiração para toda uma geração.


Confira mais imagens no slide-show:

 


FICHA TÉCNICA

Texto: Adrya Vitoria

Supervisão Editorial: Rostand Melo

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