No dia 14 de outubro de 2023, a cidade de Esperança, na Paraíba, foi palco de um evento astronômico notável: a observação privilegiada do Eclipse Solar Anular que encantou a todos com sua beleza. Esse fenômeno transforma o Sol em um "anel de fogo" quando a Lua, alinhada diretamente entre a Terra e o Sol, não consegue cobri-lo completamente, deixando um anel dourado ao seu redor.
Oportunidade Rara
O Brasil não tinha a oportunidade de observar um eclipse solar anular completo desde 1994, quando o fenômeno foi visível em algumas partes do Sul do país. O evento em Esperança representou uma rara oportunidade para os amantes da astronomia e a população local.
A Capelinha das Pedras, um local dedicado à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, serviu como local de observação, proporcionando uma vista privilegiada do eclipse por estar no ponto mais alto da cidade, localizada a 631 metros, acima do nível do mar. A segurança dos espectadores foi uma prioridade, com filtros especiais e lentes de proteção garantindo uma observação segura.
"Esperança no Espaço"
A observação foi promovida pelo projeto "Esperança no Espaço", que tem como objetivo a ressocialização de detentos, envolvendo a construção de telescópios astronômicos doados às escolas. Os telescópios utilizados estavam equipados com filtros "baader" que filtram 99,9% da luz solar, garantindo a segurança dos observadores. Além disso, o projeto distribuiu lentes especiais para uma observação protegida.
Lindemberg Lima, idealizador do projeto, explicou: "Temos um filtro no telescópio chamado ‘filtro baader’, que permite a visualização e filtra 99,9% da luz solar, permitindo que as pessoas observem o eclipse de forma segura. Além disso, estamos distribuindo lentes especiais para que se possa observar o eclipse com proteção."
Observação Segura
É fundamental destacar que a visualização direta do eclipse a olho nu poderia causar danos permanentes à visão, inclusive cegueira. Por isso, a distribuição de filtros solares e lentes especiais foi um componente essencial da organização do evento, permitindo que as pessoas apreciem o fenômeno sem colocar sua saúde ocular em risco.
O evento contou com grande envolvimento da comunidade. A prefeitura comprou mais de 100 lentes de soldador nº14 para distribuir ao público. Além disso, equipes de diversas áreas foram mobilizadas para garantir que a observação fosse segura e memorável.
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Adelina Bezerra, Secretária Adjunta de Eventos, destacou: "O evento hoje não apenas mostrou o fenômeno raro, mas também demonstrou a grandiosidade do projeto 'Esperança no Espaço', que é reconhecido nacional e internacionalmente. Essa iniciativa é um exemplo de como as pessoas privadas de liberdade podem contribuir significativamente para a sociedade."
Expectativas e Reflexões
O público presente na Capelinha das Pedras compartilhou suas expectativas e motivações para participar da observação do eclipse. Muitos expressaram seu desejo de documentar o evento e seu entusiasmo pela astronomia. Para alguns, a observação do eclipse foi uma oportunidade única de se conectar com o cosmos e inspirar um interesse duradouro na ciência.
Thayna Josy, auxiliar de serviços gerais e digital influencer, comentou: "Eu estou aqui fazendo todo o papel, gravando e postando no meu Instagram. Um eclipse chama muito a atenção, e eu acredito que essa experiência vai influenciar meu interesse por astronomia no futuro."
Jocélio Soares, que já tinha conhecimento prévio sobre astronomia, destacou: "Acredito que, participando hoje, meu interesse vai aumentar, pois gosto de compartilhar bastante o assunto com outras pessoas."
O Eclipse Solar Anular na Capelinha das Pedras em Esperança, Paraíba, não apenas proporcionou um espetáculo celestial incrível, mas também destacou a importância da divulgação científica e da ressocialização através do projeto "Esperança no Espaço". Esperança agora aguarda com expectativa futuros eventos astronômicos que continuarão a cativar a comunidade e inspirar o interesse pela astronomia.
EXPEDIENTE:
Fotografia: Johan Vitor
Texto: Bianca Menezes
Edição e revisão: Joana Elen
Supervisão editorial: Ada Guedes e Rostand Melo
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