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Felipe Barros, Felipe Bezerra e Micaela Nogueira

Páscoa 2021: pandemia, preços altos e novas estratégias de venda

Atualizado: 1 de jun. de 2021


Fundo rosa. Mão segura ovo de galinha decorado com laço vermelho. No ovo está escrito "Feliz Páscoa"
Páscoa 2021 é marcada por Ovos menores e preços mais salgados/ Foto: Felipe Bezerra.

Pandemia, alta do dólar e inflação elevada em 2021 deixaram os preços de ovos de páscoa ainda mais salgados. Apesar disso, o melhor preparo de supermercados para o e-commerce e a estratégia de iniciar a oferta mais cedo garantiram um número de vendas maior que no ano passado. É o que apontam estudos feitos pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).


O aumento do dólar e a inflação ajudaram no crescimento dos preços dos produtos de páscoa, assim como nas embalagens. Somente neste ano, o dólar registrou valorização de 5,72%, chegando, no dia 8 de abril, a R$5,64, tendo aumentado um pouco mais de 40 centavos desde o mesmo período no ano passado.


Segundo a pesquisa feita pela Abras, os ovos de páscoa tiveram um aumento de preço de 11%, e os bombons e barras de chocolate, 10%. Não somente os preços dos chocolates expandiram, mas também o custo das embalagens, que aumentaram aproximadamente 30%, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre) coletados pela Valor Econômico. Esse aumento se deu pela paralização de indústrias (com a pandemia) e devido às resinas e outras matérias-primas serem baseadas no dólar americano.


Fundo amarelo. Comparação lado a lado entre uma nota de um dólar e o seu valor aproximado em reais: cinco reais e sessenta e cinco centavos
Desvalorização do Real é uma das responsáveis por aumento de preços/ Foto: Micaela Nogueira

Apesar dos preços mais salgados, a Abras estima aumento de 15% nas compras de ovos de páscoa e outros doces, em comparação a 2020. A entidade aponta que, devido a surpresa do começo da pandemia, no ano passado, as lojas não estavam devidamente preparadas para lidar com o “novo normal” como estão esse ano, contando com a venda online e também; com mudanças em suas lojas físicas, como limite de pessoas e álcool em gel disponível nas entradas.


Estratégias para o preço dos chocolates não subirem tanto foram usadas pelas fábricas, como aumentar a produção e a eficiência. Além disso, eles diversificaram os produtos para vários perfis de consumidores, como zero lactose, amargo, meio amargo, zero açúcar, além de preços e tamanhos diversos.


Outra estratégia que deu certo foi “antecipar a páscoa”. A Abras aponta que era possível encontrar itens de Páscoa à venda nos supermercados desde a segunda quinzena de janeiro.


Fundo verde. Na imagem uma mão segura um celular no qual se vê uma página do Ifood vendendo um Ovo de Páscoa de trezentos gramas por quase setenta reais
Delivery foi principal aposta para vender mais Ovos de Páscoa em 2021/ Foto: Micaela Nogueira

Não foi só o preço dos ovos industriais que aumentou. Além do próprio chocolate, outros insumos utilizados na confeitaria encareceram, aumentando o preço de ovos caseiros e de colher. Sobre isso, a confeiteira Rebeca Castro , de Campina Grande-PB, aponta que “Leite condensado, manteiga e derivados do leite no geral foram os aumentos mais abissais, embora todo produto tenha sofrido o mesmo”.


De fato, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a chamada Média Brasil Ponderada do preço do leite em março de 2021 superou em 28,4% a do mesmo período no ano passado e isso se reflete no preço, também, dos derivados do leite.


Fundo azul. Duas mãos usam talheres de prata para cortar um pequeno tablete de chocolate sobre um prato de porcelana branco com detalhes azuis
Com preços elevados, chocolate vira artigo de luxo na Páscoa 2021/ Foto: Felipe Barros

Os preços de produtos importados como a Nutella, queridinha dos ovos de páscoa “Gourmet”, também acabam afetados com a alta do dólar. Rebeca explica que os aumentos nos preços dos insumos impactaram em até 15% no preço final do seu produto, mas ressalta que tentou deixar o menor possível:


Entendemos que todas as classes estão sofrendo o aumento do custo de vida e a diminuição do poder aquisitivo devido a fase que estamos vivendo, e nossa intenção sempre foi oferecer um valor justo para a qualidade dos nossos produtos”.

Fundo roxo. Mão segura colher de prata, sobre a colher tem um ovo de galinha
Ovos caseiros seguem tendência de industriais: preços altos e vendas boas/ Foto: Felipe Bezerra

Assim como aconteceu com os ovos industriais, a venda de ovos caseiros também melhorou esse ano, é o que relata o confeiteiro Victor Miguel, de Fagundes-PB, que trabalha no ramo desde 2015: “As vendas aumentaram em relação a 2020, mas despencaram em relação aos anos anteriores”. Em 2020, o fechamento de supermercados atrapalhou a compra de materiais, e o medo das pessoas reduziu o número de encomendas. Sobre isso, Victor revela que:


“Agora em 2021, já pude organizar melhor a questão sanitária, de embalagem, modernizar as formas de pagamento e evitar contato com as pessoas. Fiz por delivery, através dos aplicativos de entrega”.

Coelhinho precisa “dar seus pulos” pra vender em plena pandemia/ Foto: Felipe Barros.
 

FICHA TÉCNICA

Monitoria e redes sociais: Manoel Cândido, Josineide Barbosa e Louise Viana

Supervisão Editorial: Rostand Melo


*Fotoilustrações na pandemia:

O Coletivo F8 optou por produzir matérias do gênero “ilustrações fotográficas” durante a pandemia como forma de manter a produção dos estudantes de fotojornalismo da UEPB respeitando os protocolos de distanciamento social. As fotoilustrações permitem ao fotógrafo criar uma cena com o objetivo de representar visualmente um tema ou pauta. O uso de objetos, cenários e, em alguns casos, edição de imagens é comum neste gênero.


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