Os nódulos pulmonares são alterações radiológicas detectadas através de radiografias torácicas. Geralmente, é uma lesão sólida, normalmente arredondada e com até 3 centímetros de diâmetro. Esse tipo de achado pode indicar desde pequenas cicatrizes de infecções pulmonares à câncer de pulmão.
Eles podem aparecer como benignos, malignos ou indeterminados (quando apresenta aspectos relacionados aos dois estremos). Em sua maioria, as pessoas que encontram nódulos suspeitos de malignidade foram ou são tabagistas, mas a porcentagem dos pacientes que possuem nódulos e nunca usaram tabaco, segundo informações do Centro para Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC), são de 10% a 20% dos casos, um número consideravelmente alto.
"Segundo informações do Centro para Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC), são de 10% a 20% dos casos"
Ada Guedes, professora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), nunca fumou e relata que ao longo de cinco anos passou por consecutivas crises de bronquite e pneumonia, o que a fez procurar um pneumologista, descobrindo a partir de uma tomografia, a presença de alguns nódulos calcificados e considerados benignos, mas dentre eles um nódulo indeterminado e que precisa ser acompanhado. “A minha principal preocupação era de ter de cara um diagnóstico de câncer, necessitar de cirurgia e de um tratamento mais rigoroso”, relata Ada acerca das dúvidas e preocupações que teve ao receber o diagnóstico.
“A minha principal preocupação era de ter de cara um diagnóstico de câncer, necessitar de cirurgia e de um tratamento mais rigoroso”
Segundo o médico pneumologista Dr. Isnard Maul, para chegar-se a um diagnóstico é necessário analisar o histórico de sintomas do paciente, exame físico e antecedentes familiares. Além disso é crucial que usuários de tabaco realizem o exame de rastreio de câncer no pulmão com 50 anos de idade.
"90% dos canceres de pulmão possuem relação com o tabagismo e por isso pacientes que tem uma alta carga tabagista devem ser submetidos a rastreio de câncer de pulmão a partir dos 50 anos de idade."
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a segunda maior causa de desenvolvimento de câncer de pulmão é a exposição ao gás radônio, como também a exposição a poluição do ar e o fumo direto e passivo. Por isso, com a incidência de casos em não tabagistas, Dr Isnard orienta que pacientes com sintomas respiratórios persistentes, como tosse, dor torácica e falta de ar, podem e devem procurar um pneumologista, pois a avaliação do profissional é fundamental para o diagnóstico correto.
Nódulo Pulmonar é câncer?
Estudos apontam que 90% dos casos de nódulos pulmonares são benignos, por isso nem todo nódulo é câncer. O que pode caracterizar um nódulo como tumor é o tamanho dele, dentre outros aspectos.
“Existem várias etiologias ou causas de nódulos pulmonares. Diante dos achados de nódulos no pulmão, iremos levar em consideração o tamanho do nódulo, a margem, a presença de calcificações, a quantidade e localização dos nódulos.” Afirma Dr. Isnard, ao ser questionado sobre a benignidade e malignidade dos nódulos.
Jackson Souza, graduando em Contabilidade pela UEPB, revela que um dos principais sintomas que o fez desconfiar de algo incomum foram tosses com sangue assim que começava o banho. Ele revela que uma de suas principais preocupações após receber o diagnóstico foi se algo iria afetar sua rotina ou sua vida de forma mais grave.
"Enquanto fazia os exames temia por tudo", afirma Jackson
Após realizar os exames de identificação, Jackson descobriu que na verdade eram calcificações que vieram de uma pneumonia que teve quando ainda criança. Ele enfatiza a importância da procura por atendimento com especialista e explica que a falta de propagação de informações e até mesmo de educação consciente, faz com que as pessoas negligenciem sintomas.
É importante que a sociedade se mantenha alerta quanto ao surgimento de doenças pulmonares, mesmo sem utilizar fumo, pois o pulmão é um dos órgãos vitais e também precisam ser avaliados. Em caso de doença mais grave como o câncer, o tratamento varia de acordo com o estágio em que ela se encontra. O diagnóstico precoce tem maior chance de cura, podendo ser tratado com cirurgia minimamente invasiva, mas estágios avançados precisam ser analisados detalhadamente para um tratamento específico. Por isso, a importância do diagnóstico nos momentos iniciais da doença, para maior chance de sobrevivência e qualidade de vida.
Ada Guedes afirma que após ter sido diagnosticada com o nódulo, abriu os seus olhos para doenças respiratórias, continua sobre acompanhamento médico e aconselha: “Não negligencie... busque um profissional especializado”.
EXPEDIENTE:
Produção: Polyany Bezerra
Fotografia: Ariely Barbosa, Clara Deodato, Glória Borges e Polyany Bezerra
Reportagem: Clara Deodato e Glória Borges
Texto: Ariely Barbosa, Clara Deodato e Polyany Bezerra
Supervisão editorial: Ada Guedes e Rostand Melo
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