Esta é uma análise da fotorreportagem “Retrato em Quarentena”, publicada em 02 de setembro de 2020, no portal “Agência Mural”. No dia do repórter fotográfico, o correspondente Léu Britto, trouxe um relato de como foi a cobertura de uma parte do período da pandemia em diversas periferias da cidade de São Paulo.
O formato da apresentação da matéria é de uma fotorreportagem, pois o conjunto de imagens conta vários trechos de uma história e traz o retrato de vários momentos dela. A fotorreportagem é dividida em tópicos, sendo o primeiro intitulado de “A vida mudou?”. As imagens da galeria mostram uma realidade que teve que ser alterada, a partir do anúncio de várias restrições e medidas preventivas na tentativa de conter o avanço do vírus.
São imagens que mostram: avisos de paralisações expostas em prédios, lotação nos transportes públicos, novas rotinas nos hospitais e até imagens que mostram o hábito de lavar as mãos com frequência - e sobre isso, o autor nos deixa uma reflexão -, mas e onde falta água? Os retratos mostram que, a Covid-19 afetou a vida do mundo inteiro, mas, muitas comunidades foram ainda mais afetadas pelo vírus da desigualdade.
No segundo tópico, intitulado de “Isolamento da periferia”, as imagens retratam a realidade precária vivida nas favelas. São retratos que mostram a falta de saneamento básico, a falta de alimento para as pessoas da comunidade e a impossibilidade de famílias se isolarem, devido aos barracos muito apertados.
E no tópico “Fome e Máscaras” é retratada a falta de alimentos para diversas famílias das comunidades. E pensando na parcela dos moradores da favela, em que a fome é uma realidade, moradores se mobilizaram para tentar ajudar na distribuição de proteções para as comunidades.
Quando o país estava prestes a atingir a triste marca de 10 mil mortos, os cemitérios se preparavam para a chegada desse volume de corpos que seriam enterrados. E a galeria de imagens retrata tristes histórias, como por exemplo: a imagem de um sepultador exumando corpos para ter que liberar novos espaços destinados às vítimas do coronavírus.
São imagens que mostram a triste realidade vivida nas comunidades que vivem sem o apoio de políticas públicas e que também mostram um contraste, em que diversas ações sociais foram movidas para dar assistência a essas famílias mais carentes. Os retratos não ferem a ética jornalística e o repórter tem a necessidade humana de narrativizar a vida nas periferias em meio à pandemia, para melhor compreendê-las.
FICHA TÉCNICA:
Análise e texto: Ana Inês Costa
Fotografias analisadas: Léu Britto / Agência Mural
Monitoria e redes sociais: Manoel Cândido , Josineide Barbosa e Louise Viana
Supervisão editorial: Rostand Melo
*Observatório de fotojornalismo:
O Coletivo F8 optou por produzir análises sobre produções de fotojornalismo realizadas e publicadas entre 2020 e 2021 como alternativa de manter a produção acadêmica dos estudantes de fotojornalismo da UEPB, respeitando os protocolos de distanciamento social. São analisadas fotografias publicadas em revistas, jornais ou portais de notícias e que abordam temas diversos, mas que foram produzidos no contexto da pandemia.
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