(Foto: Fábio Lima/ O Povo)
Esquecidas pelo Estado, vistas como os locais mais violentos para viver, onde a insegurança está presente no cotidiano dos moradores, e ainda marginalizado. É assim que muitos ainda enxergam as Comunidades aqui no Brasil. E desde o seu surgimento até os dias atuais, essas mesmas comunidades ainda sofrem com a desigualdade social, o preconceito e o descaso do governo, que pouco fazem para mudar essa realidade.
Diante do cenário atual em que o Brasil vive mediante a pandemia da Covid-19, a vida dos moradores de diversas comunidades espalhadas pelo país, encontram-se numa situação ainda mais delicada em comparação a outras localidades. A pandemia causou impacto na vida de todos os brasileiros, modificou rotinas de estudos, trabalhos e da maneira de viver e sobreviver de cada um.
Traremos então uma análise a respeito dessa temática da pandemia dentro das comunidades. Especificamente sobre a “Fotorreportagem: a pandemia e o cotidiano das comunidades” publicada no Jornal “O Povo” na edição de 8 de Julho de 2020. As fotografias da matéria foram feitas pelo fotógrafo Fábio Lima, que retrata o cotidiano das comunidades da “Quadra”, “Titanzinho” e “Campo do América” em Fortaleza - CE.
(Foto: Fábio Lima/ O Povo)
As fotografias do Fábio Lima, foram produzidas em meio ao avanço da pandemia na capital cearense onde o Estado e município haviam decretado regras mais rígidas de isolamento, elas têm o propósito de mostrar a realidade dos moradores de três comunidades de Fortaleza são elas: Quadras, Titanzinho e Campo do América.
As fotografias narram o cotidiano dos moradores que buscam adaptar-se às mudanças causadas pela Covid-19 em suas vidas. É notório o registro de pessoas com e sem máscaras, porém, existe algo considerado contraditório como por exemplo a impossibilidade de distanciamento entres as casas, o movimento intenso das pessoas pelos becos e outros fatores que colocam os moradores em situação de risco de contaminação.
Vemos ainda, que existe parte da população que está consciente e tomando as medidas de prevenção contra o vírus, como a senhora que lava sacolas plásticas com álcool, porém temos também uma outra parcela que continua com a mesma rotina, com conversas nas calçadas e crianças nas ruas. É nítido que existe a falta de conscientização de uma porcentagem da população, no entanto, é fato que existe a necessidade de medidas específicas para conter a Covid-19 nas comunidades brasileiras.
As fotografias de Fábio Lima foram tiradas nas três comunidades tendo como principal objetivo informar, assim como denunciar que aquela população necessita do olhar do Estado e cuidados para conter o avanço da pandemia naquele local. O direito a imagem não é ferido, levando em conta que não atinge a honra das pessoas ali presentes. Apesar de não deixar claro subentende-se que o fotógrafo recebeu autorização para a publicação das imagens.
Sobre ética, assim como nas demais áreas/profissões, a ética também é fundamental e de total relevância no campo do fotojornalismo. Pois ela envolve assuntos como a manipulação das imagens, o contexto em que a foto está inserida e é exposta levando consequentemente a uma interpretação. Tratando-se das imagens selecionadas ressaltamos que as fotografias encontram-se dentro dos padrões éticos do fotojornalismo, haja vista que não há manipulação das imagens, como também não há exposição e ou ridicularização da imagem dos moradores das comunidades de maneira errônea e equivocada, as fotografias enfatizam somente a realidade.
Confira mais fotografias no slideshow:
FICHA TÉCNICA
Fotografia: Fábio Lima (O Povo)
Análise: Élida Matos, Letícia Costa
Monitoria: Josineide Barbosa
Supervisão editorial: Rostand Melo
*Observatório de fotojornalismo:
O Coletivo F8 optou por produzir análises sobre produções de fotojornalismo realizadas e publicadas em 2020 como alternativa de manter a produção acadêmica dos estudantes de fotojornalismo da UEPB, respeitando os protocolos de distanciamento social. São analisadas fotografias publicadas em revistas, jornais ou portais de notícias e que abordam temas diversos, mas que foram produzidos no contexto da pandemia.
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