São as tradições culturais que diferenciam os povos e que caracterizam uma região e é na cultura se revela a identidade de um povo e as marcas das suas lutas e conquistas.
Preservar as tradições culturais de um povo é portanto, reacender nas futuras gerações amor pela própria história mantendo-as vivas não só no imaginário, mas nos costumes, nas danças, nas festas, nas músicas.
Um passeio à Vila Sítio São João te convida a viajar no tempo. Trata-se de um museu à céu aberto que nos permite dar significação e cor às histórias que lemos nos livros, ouvimos de nossos avós e que viviam no nosso mundo de fantasias.
João Dantas, idealizador do local, afirma ter uma relação íntima com as artes cênicas, mas uma paixão especial por cenografia, motivo pelo qual é tão cuidadoso com a ambientação do Sítio, que cumpre a função de nos transmitir o legado deixado pelos nossos antepassados.
O sítio, na sua singeleza, é uma colcha de retalhos de cada época vivenciada pelo nosso povo e reproduz no seu ambiente a casa de farinha, as "budegas", os meios de transportes, mobílias, ferramentas e utensílios domésticos. Assim, a vila é constituída de retratos de diferentes momentos.
É também através do seu João que conhecemos a história da Vila Sítio São João. Para ele, o sítio configura uma junção de todas as suas vivências, sendo imprescindível o envolvimento pessoal de cada um com a história para fortalecer a cultura.
“Eu tenho o direito de gostar dos Beatles, dos Rolling Stones, do ‘Mike’ Jackson, mas eu tenho que preservar a cultura de Luiz Gonzaga, das quadrilhas juninas, do xaxado, do baião, da literatura do cordel que é magnífica” enfatiza seu João.
A visita à Villa Sítio São João é indispensável para que cada um tenha a possibilidade de desenhar o seu próprio retratado das histórias ouvidas, é uma forma de encorajar o carinho com a arte do seu povo e mostrar como a cultura se entrelaça com a vida.
Essa é a conexão que valida a nossa história. Seu João, que esbanja tanta simpatia quanto o lugar por ele recriado é pontual em finalizar: “Eu não fiz nada, eu retratei tudo o que eu vi e vivi ao longo da vida, esse lugar é uma espécie de passadas, as passadas dos seus vós, dos bisavós, cabe a cada um refazer esses passos”.
FICHA TÉCNICA:
Fotografias e reportagem: Angellyka Kelly, Bruna Tiburtino, Débora Macedo, Larissa Pessoa, Teresa Raquel, Silvio Costa.
Texto final e edição: Débora Macedo.
Monitoria: Dalisson Markel
Supervisão editorial: Rostand Melo